sábado, 15 de outubro de 2011




O homem a fauna e a flora
Autor: Juvenal dos Santos

Como é bonita toda natureza
Com tanta beleza das matas florindo
Mas tão destruindo a nossa riqueza
Que triste surpresa ver tudo sumindo.

Vivo entristecido também intrigado
Vendo o cerrado na devastação
Virando carvão e comercializado
No tempo passado não tinha isso não.

Da aroeira e o angico só ficou o toco
E do pé de coco não sobrou foi nada
A terra pelada me deixa até louco
Nem um pau oco ficou na invernada.

Cadê nossas matas e os passarinhos
Até os filhotinhos já é contrabando
Não estão nem ligando pra estes bichinhos
Derrubam os ninhos e vão atacando.

Os rios secando sendo assoreado
Em vários estados plantios de cana
Somente na grana que estão preocupados
E o mato fechado já virou savana.

Será que não pensam na vida dos bichos
Ainda joga lixo na beira da estrada
Vai ate a baixada e seca o corixo
E diz que é capricho ver a água acabada.

Porque que o homem trabalha e erra
Destruindo a terra que é nossa morada
Leva palmada e nunca encerra
Com essa guerra tão desmantelada.


Eu fico pensado são nossas crianças
Que já não alcança mais tanta beleza
Chega a dar tristeza mas tenho esperança
Que tenha mudança e salvem a natureza.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Poemas Matutos

Caboco Apaxonado
Autor: Juvenal dos Santos

Nunca achei q’era verdade
Qui o amô e a sodade
Judiava assim da gente
Mai hoje meu peito sente
O q’ele nunca sentiu
Alembrano in arguém
Que hoje vive além
E pá bem longe partiu.

                           Cada qual tem seu destino
Eu ainda era minino
Só pensava in brincá
Corria pra lá e pra cá
Sem sabe o que era amô
Sem sabe o que era sodade
Mai hoje na realidade
Eu to sintino essa dô.

Vô conta tudo a vancê
Qui é pá tu entendê
Comu tudo aconteceu
Comu esse caso si deu
Nessa vida di caboco
Adispois daquele dia
Que eu gostei de Maria
Já sofri e não foi poco.

Conheci ela na infança
Eu e ela era criança
Estudava na escolinha
E pelo caminho vinha
Brincano cum alegria
E o tempo foi passano
E eu terminei gostano
Da danadinha um dia.

Era feinha pa daná
Mai cumecei arrepará
O jeito da coboquinha
Foi ficano bunitinha
Comu u’a linda fulô
Um corpim modelado
Mi senti apaxonado
E foi nasceno um amô.

Discubrino u namorico
Só pode arguém feis fuxico
Pu pai dela fica sabeno
                           Pego Maria i foi bateno
E pá bem longi mandô
Pá casa di um parente
Fico tudo adiferente
Adispois que ela mudô.

Meu coração todo dia
Bati forti pur Maria
Passo o dia maginano
Já fais mais di vinti ano
Qui daqui ela partiu
E num consigo isquecê
Minha vida é sofrê
Do dia in que ela saiu.


À noite fico maginano
Só in Maria pesano
Enquanto a menti voa
O sono min atordoa
E eu cumecu a sonhá
E quando o dia amanheci
No pensamento apareci
Maria preu maginá.