domingo, 11 de setembro de 2011


Rosinha
Autor: Juvenal dos Santos

Condo eu lembrava in Rosinha
Morena bem bunitinha
Sintia o peito magoado
Pur a não tê do meu lado
Aquela linda fulô
Talvez pur eu se minino
Ou até mermo u destino
Eu perdi aquele amô.

Danou-se pra outra banda
Purque é o pai e a mãe que manda
No destino de criança
Carreguei na minha lembrança
O jeito da caboquinha
Que num deixô nem endereço
Só sei paguei alto preço
Por amá tanto Rosinha.

E us anos se passaru
Meus colegas se casaru
E eu continuei sortero
Ajuntano argum dinhero
Prum dia encontra Rosinha
Outras me amo deu apoio
Mas somente eu tinha oio
Praquela bela rainha.

Era consei todo dia
Papai e mamãe dizia
Vá cuida no seu futuro
Já ta ficano maduro
Arranji ota pessoa
Nu mundo há tantas muiê
Tantas meninas ti quê
E tu ficano coroa.

Ni um dia bem bunitu
Um amigo deu um gritu
Dizeno vem logo cá
Tenhu u’a coisa pá falá
Num sei se tu acredita
A pessa que descobri
Hôme foi Rosinha qui eu vi
E parece ta mai bunita.

Ele min deu o indereço
Qui pra min num tinha preço
E eu rumei na merma hora
Pá acha ondi ela mora
E da um abraço apertado
Sinti o calô e u beju
Mata o meu deseju
E te Rosinha a meu lado.

Di logi vi uma casinha
E nu terrero Rosinha
Mais cum mininu nu braço
Dali num arredei um passo
Pensei ela tem maridu
Já devi di te casadu
Eu min sinti arrasadu
E tempu todu perdidu.

Ali chorei, passei mal
Di repenti vi um casal
Chegano naquele lá
E Rosinha intregá
U bebê pruma sinhora
Adespois se dispidiu
E da casa ela saiu
Partino na merma hora.

A istrada o mermo sintidu
Aondi eu tava iscondidu
Sem sabe u qui fazê
Risurvi foi aparicê
Bem na frenti di Rosinha
Ela quasi deu um gritu
Dizendo num acreditu
Conta sodade q’eu tinha.

O zoio dela briô
E eu vi qui aquele amô
Ainda permanicia
Ali só foi aligria
Minha Rosa eu te incontradu
O qui pensei foi bobera
Purque ainda tava sortera
                                                      E nossu sonhu foi realizadu. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário